A Páscoa é uma época do ano em que é importante aproveitar as oportunidades de negócios, observando os públicos e as características da empresa. Aproveite e entenda como empreender na Páscoa!
Atualmente, ocupa o segundo lugar entre as datas comemorativas que mais movimentam o mercado, por isso, é uma boa oportunidade empreender na Páscoa. Ela é considerada uma das datas mais importantes entre as festividades dos cristãos, tendo como significado, principalmente, a morte e a ressurreição de Cristo.
Hoje em dia, os ovos e os coelhinhos são feitos de chocolate. Essa foi a maneira encontrada pelas empresas para impulsionar as vendas nesse período, atraindo os consumidores com uma variedade extensa de produtos de Páscoa.
O cenário econômico atual, contudo, não vem favorecendo as empresas nessa comemoração, efeito que ocasionou, em 2016, o pior número em vendas de Páscoa dos últimos 13 anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Para se destacar, os setores ligados à produção de chocolate precisaram ser criativos e se reinventarem.
Separamos a seguir casos de sucesso de empresas de chocolate grandes e pequenas, nacionais e internacionais – e até de negócios sociais. Leia e inspire-se.
Negócios inspiradores
A marca brasileira de chocolates Cacau Show resolveu investir em expansão em 2016. Mas como fazer isso em meio a um momento de retenção? Foi buscando resolver esse dilema que a marca lançou modelos de franquias mais baratos, para atrair empreendedores que não tinham um capital necessário para abrir a loja convencional, que custa a partir de R$ 110 mil.
Entre os novos modelos estão a distribuição de produtos para a revenda em casa, com investimento de R$ 19 mil, quiosques em tamanhos menores e um modelo de gelateria, um ponto de venda tipo carrinho, que, além de chocolates, vende sorvetes, waffles e café. Dessa forma, a marca pretende continuar despertando pessoas para o empreendedorismo e ampliar a venda de seus produtos no país.
Já a empresa tradicional de chocolates Kopenhagen, em 2009, buscou uma maneira de inovar em seus empreendimentos. A fim de atrair uma maior variedade de público, a marca abriu uma franquia batizada de Kopenhagen Gourmet Station, onde serve pratos salgados, sobremesas e bebidas. O objetivo do novo espaço, além de aumentar o faturamento da marca, é aproveitar a imagem de inovação associada à Kopenhagen. O sucesso foi tão grande que se espalhou por todo o Brasil. As lanchonetes, instaladas dentro das lojas, rendem até 30% do faturamento total do empreendimento.
Destaque-se
Existem maneiras, além de preço, sabores e tamanhos, que ajudam o seu negócio a se diferenciar da ampla concorrência. Definir bem os valores da sua marca e seu posicionamento no mercado pode fazer a diferença.
A Divine Chocolate, por exemplo, escolheu ser um negócio social e priorizar esse conceito. Ela é uma empresa de chocolate do Reino Unido que tem o “mercado justo” como modelo de negócio. Logo em seu início, a marca quis incluir os agricultores de Ghana em suas atividades, indo além apenas do fornecimento de matéria-prima.
Para isso, a Divine Chocolate inseriu como diretores de seu conselho dois representantes da Kuapa Kokoo, cooperativa de agricultores da Costa do Marfim, elaborando seus produtos juntamente com os agricultores. Além disso, a Kuapa Kokoo detém 44% das ações da empresa.
Uma delícia para quem come e para quem vende: o chocolate também pode ser uma oportunidade para os pequenos negócios
Segundo a Abicab, o Brasil é o quinto país que mais consome chocolate no mundo, fato que gerou, em 2015, um faturamento de R$ 12,4 bilhões. Em 2016, foram produzidas 14,3 mil toneladas de chocolate para a Páscoa, o equivalente a 58 milhões de ovos em todo o país. A cada ano o mercado buscar se reinventar, trazendo tendências e novas propostas para se adequar a todos os tipos de público.
Em um cenário de crise, é preciso destacar-se para não deixar os negócios afundarem. Por isso, esse é o momento perfeito para inovar e fazer sua empresa ser cada vez melhor e mais notável.
A indústria de chocolate já entendeu o recado e vem se adaptando aos novos hábitos de consumo de seus clientes. Unindo a criatividade a um bom planejamento, é possível inovar.
Variedade
Em 2017 as indústrias se adaptaram a quase todos os gostos. Os ovos de Páscoa agora têm uma maior variedade de tamanhos e valores, cabendo no bolso mesmo daqueles que pensaram em deixar o presente deste ano de lado.
Gostinho caseiro
A produção de ovos caseiros cresceu bastante, tornando-se uma opção para quem quer ganhar renda extra e caindo nas graças do consumidor pelo ótimo custo/benefício, a diferenciação dos ovos tradicionais e, claro, o toque gourmet, que deixa os produtos deliciosos.
Mesmo com a vasta diversidade de ovos de Páscoa nos mercados, muita gente prefere os produtos feitos de maneira artesanal. A busca por “chocolate de verdade” aquece o mercado, além da maior simpatia pelo carinho e o cuidado que cada detalhe desses ovos caseiros inspira.
Seja na proposta ou na apresentação, quando se une talento e criatividade, é possível agradar o paladar e encher os olhos do consumidor e, dessa forma, se destacar em um segmento promissor.
A estudante do Distrito Federal Larissa Gusmão (12) encontrou na Páscoa de 2016 uma forma de conseguir juntar um dinheiro extra com a produção de ovos caseiros. Ela, que sempre teve habilidades com doces, não demorou a pegar o jeito e começar a vender, através do Instagram, “produtos de qualidade, de preço justo e, principalmente, deliciosos”.
Segundo ela, os clientes são atraídos pelos baixos preços, os materiais de boa qualidade e a variedade de sabores, que muitas vezes não é encontrada em ovos industrializados. Em 2016 a estudante vendeu cerca de 50 ovos e, apesar da maior concorrência, espera vender muito mais em 2017. “Este ano muita gente resolveu investir nesse tipo de negócio, mas ainda assim estou confiante. Resolvi trabalhar na divulgação e, até agora, já recebi mais de 45 encomendas. Mas muita gente deixa para encomendar nas vésperas da Páscoa”, diz.
Yohana Freitas (18), de Fortaleza, também encontrou na produção de ovos caseiros uma forma de conseguir renda extra em um curto período. Motivando-se pelos altos preços dos ovos industrializados, em 2016, ela uniu força de vontade para empreender com talento e conseguiu vender 80 ovos e, em 2017, Yohana espera vender 140.
“Em 2016 as pessoas procuravam ovos caseiros pelo valor, que estava bem mais em conta do que ovos industriais e muitas vezes eram bem maiores. Mas, em 2017, os consumidores estão sendo atraídos pela qualidade dos produtos, que é excelente e surpreende os consumidores”, diz Yohana.
No mercado de chocolates ou não, o importante é sair da zona de conforto. Analise as necessidades do seu público, observe o seu negócio e se coloque no lugar de seu consumidor. Se você fosse um cliente de seu próprio empreendimento, o que facilitaria ainda mais na hora de adquirir os produtos ou serviços oferecidos? Tudo que o empreendedor puder fazer para reduzir o investimento de tempo e de esforço dos clientes deve ser analisado e pode ainda ser revestido em preço.